O piloto
de meia-idade com camiseta do time de rúgbi da
Inglaterra e o boné de baseball sentado do outro lado da mesa em um café em
Gatwick não é exatamente como eu imaginava que o vocalista de uma banda de rock
mundialmente famoso fosse.
Foram-se a
bandana e o cabelo comprido, e no lugar delas está um homem que parece tão
confortável discutindo sobre aviões Atol tanto quanto ele fica ao se apresentar
no palco em frente a milhares de pessoas.
Como
frontman do IRON MAIDEN, Bruce
Dickinson já tocou shows em todo o mundo por mais de 20 anos. Mas
nessa semana ele vai subir num palco diferente, como palestrante da Advantage
Conference, em Malta, discutindo as questões que afetam a indústria do turismo –
um ramo de seu interesse.
Dickinson
queria ser piloto desde os cinco anos de idade (até que seu ‘fascínio por
guitarras tomasse conta’) e já pilotou aeronaves para várias empresas, desde a
British World Airlines até a Astraeus Airlines, antes que ela fechasse em
novembro passado. Mas a carreira dele na aviação começou durante um dos
períodos mais sombrios da história do setor.
“Eu tinha
acabado de completar meu treinamento e estava escalado para voar, e estava em
Nova Iorque com a banda”,
ele diz. “Estava um dia bem ensolarado, e eu estava sentado no teto do hotel, à
beira da piscina. Eu tinha um manual de vôo do Boeing 757 no meu colo, lendo,
quando uma velha senhora foi até a garçonete da piscina e perguntou se era verdade
que um avião tinha batido nas torres gêmeas. Eu achava que tinha sido um
pequeno avião particular, e voltei a ler. Daí mais pessoas chegaram, e alguém
disse que era um avião de passageiros, e eu pensei, ‘Puta merda… “
Três
semanas depois de 11 de Setembro, a British World Airlines, que tinha
patrocinado o treinamento de Dickinson e prometido a ele um emprego ao término
do programa, faliu. “Os empregados foram pra dois lados diferentes – metade foi
pra Channel Express, que agora se chama Jet 2, e os outros, como eu, pra
Astraeus”, ele conta.
“Eu sou
meu próprio operador de viagens”, ele ri. “eu alugo um vôo e daí divulgo os
pacotes por quinhentas libras, o que inclui hotéis, eu pilotando, um saco de
brindes a bordo, e uma turnê pelo backstage.” Dickinson também traz outro
piloto para transportar os passageiros de volta, de modo que ele possa
sentar-se com os fãs
no trecho de volta e assinar autógrafos.
Mas ele
tem um Atol? “Não, não preciso de um no momento, mas posso precisar repensar
isso quando as novas reformas do governo vierem,” ele admite.
Dickinson
ficou com a empresa aérea, voando e trabalhando como diretor de marketing até
sua debandada em novembro passado, que ele atribui a ‘certas decisões
administrativas’. Ele permanece de bico fechado sobre quais foram, mas entrega:
“foi uma conseqüência inevitável. O gerente não podia ser gerente. Eu tinha
apostado que ia rolar em Novembro, e eu estava certo, até no dia.”
Opiniões
sobre a indústria
O
roqueiro e piloto é obviamente apaixonado por essa indústria, e fica bravo pelo
governo, que ele classifica como ‘uma lata de lixo’, esteja ignorando as
preocupações do setor.
O
(decreto tributário) Air Passenger Duty, ele afirma, ‘é simplesmente um roubo’,
que deveria ser estendido aos correios e aos cruzeiros de navio, “Se o imposto
for mesmo relativo ao meio-ambiente.”
Dickinson
também está frustrado pelo governo não agir em relação à capacidade dos
aeroportos no Reino Unido. “A aviação é uma força vital de tanta coisa no Reino
Unido, especialmente em termos de emprego. Nós precisamos desenvolver nossa
capacidade regional – é loucura que as pessoas tenham que dirigir de Cardiff
até Heathrow para pegar um vôo pros EUA. Elas deveriam poder voar direto de
lá.”
Dickinson
admite que ele também é um fã, apesar de relutante, do conceito do aeroporto da
Ilha de Boris.
“Eu não
conseguia ver, a princípio, mas olhando pro design, é bem inovador. Ele seria
uma nova barreira pro Tamisa – e o aeroporto seria auto-sustentável – apto a
gerar sua própria energia por força das marés. Pelo dinheiro que o governo está
gastando na «rodovia» HS2 para chegar até Birmingham 10 minutos mais rápido,
eles poderiam ter um projeto enorme no estuário. Com a Crossrail ali, poderia
até haver uma pequena ligação entre Heathrow e a Ilha e Boris, de modo que as
pessoas pudessem se deslocar rapidamente.”
Ele
também acredita que o aeroporto de Heathrow deveria ser aumentado, e que o
aeroporto deveria focar-se comente em vôos longos. “Já há uma boa via de escape
em Northolt que o tráfego de vôos curtos deveria usar. Heathrow precisa ser
exclusivo de vôos longos efetivamente, mas precisa haver uma boa conexão para
os vôos mais curtos também”, ele diz.
Sonhando alto
As opiniões de Dickinson não se limitam à aviação. Ele acredita que os agentes de viagem deveriam fazer mais para tirarem seus clientes da internet. “Há um lugar para os agentes de viagem no mercado, mas eles precisam se reinventar e parar de procurar pelos escritórios da previdência. Eles deveriam olhar para o modo pelo qual as imobiliárias se reinventaram – A Foxtons, por exemplo, é como um café, onde você pode ir e olhar as casas em um slide show. Seria ótimo ver isso em agências de viagem. “
“Agentes de viagem podem ser maravilhoso”, ele acrescenta, “mas eles precisam estar disponíveis 24 h ao dia, sete dias por semana, pra que você possa pegar um telefone e falar comum ser humano, não importa onde você esteja no mundo.”
E Dickinson uma um agente de viagens? “Com certeza”, ele diz. “Nós usamos uma empresa chamada Travel By Appointment, que organiza tudo pra banda, e eu os utilizo para férias pessoais também.”
Ele já viajou pelo mundo, tanto como piloto como em muitas turnês mundiais com o Iron Maiden, mas Dickinson admite que ainda há lugares que ele quer visitar, em particular o Egito.
“Eu voei até lá para apanhar viajantes perdidos, mas nunca passei nenhum tempo por lá. Eu adoraria fazer um daqueles cruzeiros tipo ‘morte sobre o Nilo’”, ele diz.
Mas essas férias podem estar distantes – Dickinson agora está trabalhando com o governo galês para criar uma companhia de manutenção aérea, e continuará a voar para seus sócios que aluga aeronaves na Ásia do Sul. Ele também está passando o verão em turnê com o Iron Maiden nos EUA, e a banda planeja continuar a excursionar todo ano até onde o futuro possa ser programado – levados a cada destino pelo próprio Bruce. Sem bandana nem calça de couro, claro.
Fonte: Bruce Dickinson: entrevista completa para o Travel Gazette - Novidades (Notícia) http://whiplash.net/materias/news_840/153411-ironmaiden.html#ixzz20PwapmiH
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